Umas vestem-se de verde,
um verde brilhante e primaveril,
que refresca os dias na cidade.
Desfilam pelas avenidas,
como podem.
Lindas, esbeltas e rejuvenescidas.
Entre o céu e a terra.
Outras, como nuvens pairando
sobre quem apressadamente passa,
vestem-se de lilás,
padrões cor de ametista floridos,
olhando o celestial azul lisboeta.
Reflectem-se em passadeiras gratuitas do mesmo padrão,
abrindo caminhos a quem passa.
A cidade entra na festa,
assim engalanada.
Acordamos neste desfile encantado,
para ouvir mais um dia de descrenças
e desgraças em que nos obrigam a mergulhar.
Assisto a este desfile,
de esperança e generosidade,
pelas avenidas da minha cidade,
em tons de verde e lilás.
A ametista a olhar por nós.
Não podemos não o sentir,
não o olhar.
Cola-se-nos à pele,
contagiando-nos o corpo,
os seres que somos.
O desfile da desgraça, oiço-o,
cada vez mais distante e cansado,
moribundo.
[Ametista: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ametista; http://www.sobre.com.pt/a-ametista-e-a-sua-simbologia]
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