quarta-feira, setembro 09, 2009

Nós e os nossos gatos ...



Nem imaginas o que me aconteceu com o Tareco ... continua doente ... já levou mais duas injecções de curtisona ... nem imaginas coitadinho do bicho, como ele anda!

- ... mas continua a ir à rua?

Claro que continua! Como tu muito bem disseste, os animais costumam saber distinguir as ervas que lhes fazem bem e que lhes fazem mal ... e por isso acabei por levá-lo ao Dr. Gomes, o veterinário dele que já tinha regressado de férias ... contei-lhe a história toda desde o princípio das férias e disse que o bicho já estava a entrar num círculo vicioso com a quantidade de coisas que estava a tomar, que tínhamos que adoptar uma solução radical. Então retirou todos os outros medicamentos e prescreveu-lhe uma dose "cavalar" de curtisona [como é que um gato pode tomar uma "dose cavalar", eu não sei ... mas isso é outra história] durante uma semana, envolveu-lhe as patas com adesivo, como se fossem umas luvas, para ele não se coçar nem fazer mais peladas e feridas, mandou colocar-lhe o "colar" [aquelas "golas" de plástico, em funil, que impedem os animais de chegar com a boca à parte traseira do corpo ou às pastas] e uma semana sem ir à rua. Coitadinho do bicho, nem imaginas! ... tem sacudido as patinhas para tirar aquilo - agora parece mesmo daquelas meias que a gente não calça até ao fim e que ficam penduradas, a abanar ... ontem, quando me levantei, tinha uma caída no chão da sala, cheia de pelinho. Tal e qual como nós! ... fez-me uma impressão! ...

- Que chatice! Coitado do bicho!

Sabes esta noite caiu-me um vaso da janela lá para baixo. Fiquei tão chateada!! ... quando fui à janela fiquei furiosa. Primeiro pensei que tinha sido ele como represália por não ir à rua nestes dias, mas depois fiquei a pensar e fiz outro "filme" ... Hoje acordou-me a miar às 6 e meia da manhã, com aquele miar de quando ele me quer avisar de alguma coisa que me aconteceu, sabes? ... assim a arranhar-me ao leve na cara, como ele faz quando me quer chamar ... quando vou ver à janela e não vejo lá o vaso ... olho para baixo e vejo o vaso no chão ... o que vale é que como estava cheio de terra, deve ter amortecido a queda ... imagina como eu fiquei ... Depois pus-me a fazer outro filme ... ontem à noite andei atrás de uma osga, lá em cima, no sótão ... sabes como elas são, com aquelas patas e com as ventosas ... ela conseguia sempre fugir-me, mesmo quando lhe dava com a vassoura ... mas como sei que quendo começa a ficar humido na rua e eu deixo a janela aberta elas acabam por sair para a rua, depois de ter andado um bocado atrás dela, acabei por a deixar ficar em cima do louceiro, porque já não a via ... o Tareco pôs-se a olhar para mim como quem diz: «Se não me tivessem posto estas coisas nas patas, já tinha dado cabo dela!» ... ele já trouxe tantas cá para casa, já deu cabo de tantas ...

O meu filme: então o que deve ter acontecido, durante a madrugada, foi uma grande tourada do Tareco atrás dela. Ela acabou por se escapulir pela janela, e ele, nessa perseguição, sem querer, acabou por dar um empurrão no vaso ... não conseguiu passar na janela porque está com o "colar" e ao querer deitar-lhe a mão, deu um empurrão no vaso. Já viste?!!? Já viste como ele percebeu que eu queria a osga de lá para fora?!?!

Os animais são incríveis! Lembraste daquela história quando ele me avisou de que o Necas tinha ido lá a casa deixar os papéis e eu não estava? - em vez de mos deixar na caixa do correio como tínhamos combinado? Como ele miava nesse dia, quando eu cheguei a casa ...Ele avisa-me sempre de tudo o que acontece e que não faz parte dos nossos hábitos, do nosso dia-a-dia.
...

[Qualquer semelhança entre esta história e a realidade é pura coincidência!]

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