Dia Mundial das Professoras e dos Professores - 2022

O meu alinhamento noticioso, hoje: Dia Mundial das Professoras e dos Professores. Já vai longo o caminho, mas, apesar da falta de reconhecimento social, não conseguem imaginar o prazer que ainda hoje tenho ao dar aulas. Parece que a cada aula que passa a satisfação e o prazer com que saio são maiores. Saio sempre de uma aula com mais energia do que aquela com que entrei, com mais ideias, mais criativa, e logo a pensar e a planear a próxima aula.

É por isso que hoje quero começar por homenagear tod@s aquelas e aqueles que me fizeram, e fazem, ser professora, ou formadora, refiro-me a tod@s @s meus/minhas alun@s, estudantes e formand@s. Sem eles e sem elas não seria já professora.

Homenageio também @s colegas, com quem tanto aprendi, e continuo a aprender, em ricas partilhas e trocas de experiências, de todos os espaços profissionais, e culturais, que tive, e tenho, o privilégio de pisar. D@s mais experientes, aos/às mais novat@s, acadinh@s de chegar a esta profissão em que se ensina e se aprende a HUMANIDADE. Uma profissão que se constrói quotidianamente, na interação com o Outro, no conhecimento de si próprio e na relação com os saberes. São aqueles e aquelas com quem vamos dando os passos de cada dia, ombro a ombro.

Evidetemente, que depois vêm @s mestres. Aqueles e aquelas que nos acompanharam nos primeiros passos e nos ajudaram a ir além das frustrações e dos desânimos, nas horas de baixar os braços e de vontade de desistir, com a sua experiência acumulada e sabedoria inspiradora. Foram estas, e estes, com quem que tive a honra de privar, quer através de leituras, quer de encontros absolutamente marcantes. Foram as suas histórias de luta, de Humanidade, de reconhecimento do outro, dos saberes não escolarizados, que não me deixaram desistir, que me deram coragem para continuar.

Tive a sorte de ter iniciado este percurso com quem é considerado "a nata da nata", em 1974, logo a seguir ao 25 de abril, tinha 15 anos, com Paulo Freire. Lembro dele numa reunião, na visita que fez a Lisboa, a convite do Graal e das campanhas de alfabetização. Li então "A Pedagogia do Oprimido". Foi uma forte vinculação inicial com uma Educação pela Liberdade, pela Democracia e pela Justiça Social. Como dizia Paulo Freire: "A Educação não muda a sociedade. A Educação muda as pessoas. As pessoas mudam a sociedade."

Inspirações que hoje são mais atuais do que nunca. Recomendo a leitura de dois dos seus últimos livros d'"A Pedagogia da Autonomia" e "A Pedagogia da Esperança", para quem se interessa e para começar.

Além de ser uma profissão de Humanidade, esta é, por isso, também uma profissão de luta, de resilência, pela Liberdade, pela Justiça Social e pela Democracia, neste planeta, nesta Casa Comum que habitamos. Tudo isto a cada segundo, a cada minuto, a cada hora, a cada dia, mês, ano, ... que passa. Sem isso não há Paz, nem Humanidade.

A todas e todos que contribuíram decisivamente para a professora, a pessoa em que me tornei e que sou hoje. A todas e todos o meu profundo agradecimento, a minha HOMENAGEM, neste Dia Mundial d@s Professoras e Professores, de 2022.

O meu lema continua a ser, como diz o povo sábio: "Aprender até morrer."

P.S. - Desculpem a longa escrita. Mas ... deve ser da idade. ; as fotografias foram tiradas pelo meu querido amigo José Júlio Gonçalves, em 2000 - muito obrigada, JJ,  

Nota: Publicado em primeira mão no Facebook, neste mesmo dia.