domingo, outubro 10, 2021

O meu alinhamento noticioso, hoje: Desculpas e Brincadeiras de crianças da minha infância

O meu alinhamento noticioso, hoje: uma história da nossa infância que ainda agora se conta e da qual, vá se lá saber porquê, hoje me lembrei. A minha irmã preferida mais nova sempre gostou imenso de bananas, desde muito pequenina. Sempre foi muito gulosa. Ao quarto do queijo flamengo, às escondidas, ia ao frigorífico, e deixava-o como uma serra, a parte de cima toda cheia de detadinhas. Percebia-se logo que tinha sido ratado. Quando ela fez 5 anos, a minha avó ofereceu-lhe um grande cacho de babanas da Madeira, inteiro. O dito cacho foi pendurado, alto, na dispensa lá de casa. A minha mãe deve ter pensado que ía ter bananas para nos dar durante um mês ou mais. Éramos cinco e sempre que ela comprava bananas, elas desapareciam a uma velocidade estonteante. Não duravam mais de dois ou três dias. Desta vez ia ser diferente. Um cacho completo iria durar várias semanas, um ou dois meses. As bananas estavam ainda verdes, quando chegaram lá a casa e foi preciso esperar que amadurecessem. Foi uma espera sofrida. As bananas nunca mais amadureciam.

Mas, conta a minha mãe, a certa altura, depois de as bananas estarem maduras, começou a achar que as bananas estavam a desaparecer depressa de mais.
Claro, que íamos comendo bananas do cacho às escondidas, principalmente a minha irmã. Aos fins de semana, levantávamo-nos sem hora marcada, e a minha irmã, para não ser apanhada sozinha como a grande gulosa das bananas, começava logo a distribuir bananas por todos, aconselhando-nos a esconder as cascas debaixo das nossas camas. Claro que o dia das limpezas chegou e foi tudo descoberto: havia cascas de bananas debaixo de todas as camas. A minha mãe descobriu o mistério da velocidade do desaparecimento das bananas. A minha irmã sempre foi muito solidária.
É uma risota, quando nos lembramos desta solidariedade fraterna infantil. Afinal todos comíamos bananas.
Uma NOTA acrescentada e a razão por que me lembrei desta divertida história da nossa infância: uma coisa são desculpas de crianças, outra são pessoas adultas, instituições, que devem pugnar por ser credíveis e responsáveis. "Para bom entendedor/a, ... "
 

 

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