sexta-feira, março 15, 2013

Quando chega a "regressão" ...

... vêm pela mão de alguns matemáticos nas "Metas curriculares para o Ensino Básico": "9. Adicionar dois quaisquer números naturais cuja soma seja inferior a 100, adicionando dezenas com dezenas, unidades com unidades com composição de dez unidades em uma dezena quando necessário, e privilegiando a representação vertical do cálculo" ... no primeiro ano de escolaridade, ignorando todo o investimento feito (não apenas financeiro), mas na formação de professores, na atualização dos programas de acordo com as as exigências dos tempos que vivemos, incluindo a melhoria dos resultados no nosso país em termos dos estudos internacionais - PISA, o grande instrumento de referência das políticas educativas no mundo ocidental (apesar de este ser um instrumento de "normalização cultural", para o qual não se pode olhar de forma simplista e acrítica) .

Voltamos a insistir na "mecanização", no saber fazer uma conta, porque isso de perceber para que servem as "contas", o que são as operações, a adição, a subtração, é perigoso: já ouvi isto em algum lado!!

... foi certamente por terem aprendido a fazer contas "privilegiando a representação vertical" que se "esqueceram" que a austeridade faz diminuir a actividade económica e que uma menor actividade económica faz diminuir a receita dos impostos ...

Por isso sempre gostei de fazer contas em "numeração romana", tipo esta:

                                                                                MCMLXXVIII
                                                                           +   MMMDCCLIX

 

Quanto dá? ... :-) ... qualquer coisa como: cinco mil setecentos e trinta e sete.

Devem ter muito medo que deixemos de ter dinheiro para pagar a luz, que as criancinhas só aprendam a fazer contas com calculadora, e, que, em acabando a energia elétrica, não consigamos mais fazer contas de "sumir"?!?  ... sim, porque foi por causa das calculadoras que chegámos ao estado em que nos encontramos, uma vez que os Sr.s ministros, incluindo os seus assessores e restantes membros dos seus gabinetes,só fazem contas em que "privilegiam a representação vertical do cálculo" e ... com o papel e o lápis como artefactos indispensáveis.

A ignorância é mesmo atrevida!!!

P.S. - A tristeza é tanta que só através da ironia e do humor se consegue sobreviver.

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