1. Das alegrias
PS (117 deputados) + Livre (1 deputado) + CDU (6 deputados) + BE (5 deputados) + PAN (1 deputado) = Esquerda no parlamento (130 deputados).
O Livre ter conseguido eleger Rui Tavares.
O PS ser um partido de charneira democrática, entre a esquerda e a direita, com tudo o que isso implica de sentido de responsabilidade e ético, temperados de humildade (gostei de ouvir ontem António Costa a usar essa palavra!!) e vontade de ouvir e incluir tod@s. Sublinho: uma grande responsabilidade, mesmo!!
A maioria absoluta de António Costa, que me provoca alguma ambivalência, mas que reconheço ser uma vitória merecida, depois de 6 anos de governo, incluindo dois de uma das mais exigentes, mas melhores gestões da pandemia no mundo. O Estado Social é em si mesmo um valor e um garante da democracia. Sinto um grande orgulho em ser portuguesa e em fazer parte de um povo que sabe ser reconhecido. Muito estranharia se assim não acontecesse.
2. Dos receios
A maioria absoluta do PS - não se pode esquecer que o conseguiu com muitos votos da CDU e do BE que devem ser honrados. Não esquecer o verdadeiro diálogo de que falou ontem António Costa no seu discurso como vencedor.
Sobre os cerca 380 000 votos do descontentamento anti-sistema, com valores xenófobos, racistas, com discursos de ódio e anticonstitucionais terem assento na Casa da Democracia. É bom que estejam à luz e à vista de todos. Um fenómeno que deveremos acompanhar com muita lucidez, determinação, marcando bem "as linhas vermelhas" que não podem ser ultrapassadas dentro de um estado de direito democrático. É o que se pede a todos os órgãos da democracia, incluindo instituições, organizações e a todos os cidadãos.
3. Das tristezas
Alguns excelentes e históricos deputados de abril não terem sido eleitos: António Filipe e João Oliveira (PCP), José Manuel Pureza (BE).
4. Das aprendizagens
Aprendi que os portugueses estão atentos, que acompanham as sondagens e que reagem, mobilizando-se, na hora de votar. Um grande sinal de esperança. Que o país aprendeu com a eleições autárquicas, e que as fotografias que as sondagens nos dão na semana anterior às eleições, como a orientação dos votos, não podem ser consideradas como "verdades" garantidas, bem pelo contrário. Tudo é mais dinâmico e complexo do que à primeira vista se pode crer.
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