... em tempos em que prevalecem a ignorância e desprezo no domínio da educação pelo conhecimento acumulado e os investimentos realizados ...
«(...) Não encontraremos, na Educação Cívica de António Sérgio, respostas para os problemas de hoje, pois “os tempos mudam estruturas, e re-colocam as questões em contextos diferentes”. Mas não conseguiremos ir longe na nossa interrogação se insistirmos em seguir pelo caminho da amnésia, se abdicarmos de ir construindo um conhecimento feito da experiência e da reflexão sobre a experiência, se continuarmos a preferir o facilitismo de uma ignorância quase sempre arrogante.Quem repete frases feitas e tem soluções para tudo é porque não conhece nada. Com Sérgio aprendemos, pelo menos, que é grande a nossa tendência para “adormecer a própria mente com noções vagas, sentimentais e fumarentas”, procurando resolver “tudo por uma inane ideia geral que tão mais facilmente se aplica a tudo quanto a coisa nenhuma”. Tem sido esta uma das pechas do debate sobre a educação: a frase feita, o gesto fácil, a solução pronta-a-servir, a banalidade transformada em eloquência em vez do estudo aturado, da reflexão sobre as experiências concretas, da análise sistemática e informada. (...)»
Nóvoa, A. (2004). A educação cívica de António Sérgio vista a partir da Escola da Ponte (ou vice-versa). In CANÁRIO, R., MATOS, F., TRINDADE, R. (org), Escola da Ponte: defender a escola pública. [S.l.]: Prodefinições, 2004. Recolhido em http://repositorio.ul.pt/handle/10451/4792 (Para saber mais ...)
1 comentário:
Há muito a aprender com os velhos Mestres...
Beijinhos,
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